sábado, 25 de março de 2017

História da Academia, e como surgiu

Até o início dos anos 70, academia era freqüentada por homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu nos anos 70 até para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo e ao mesmo tempo atrair as mulheres para essa atividade. Hoje a mesma musculação começa a receber outro nome: exercícios resistidos. Academia era sinônimo de homem forte.


A febre do bem estar físico invadindo as academias iniciou-se nos anos 80 tendo como marco a atriz Jane Fonda ao lançar o seu primeiro vídeo da série "Workout". Nascia assim o embrião da ginástica aeróbica com movimentos ainda suaves originados na dança. Em 1971 a professora Jack Sorensen muda os conceitos da ginástica ao criar definitivamente a dança aeróbica cujo conteúdo era montado com exercícios simples ao som de músicas enfatizando a continuidade. Até então, a ginástica localizada, uma variação da calistenia praticamente era a atividade física mais praticada nas academias depois da musculação.

Ao ar livre crescia a febre das corridas incentivadas por Cooper e seus métodos revolucionários de avaliação de condicionamento físico. Posteriormente trazidas para dentro das academias com o desenvolvimento de esteiras elétricas com inúmeros recursos que simulam até treinamentos intervalados.

Na musculação os filmes de Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger induzia o treinamento de força e a hipertrofia, um retorno aos anos 50.

A ginástica aeróbica foi a responsável pela invasão das mulheres nas academias. Em 1985 o livro "A dança aeróbica" da professora americana Barbie Allen prometia perda de 500 calorias por hora, uma nova fonte de ganhar dinheiro "pegando" no ponto fraco de quem queria perder peso.

A professora Lígia Azevedo no Rio de Janeiro não perdeu tempo implantando na sua academia a nova modalidade acrescentando ao método Jane Fonda, saltitos. A ginástica virou mania nacional havendo inclusive competição com regras definidas que incluíam exercícios obrigatórios nas apresentações como por exemplo as flexões de braços, os abdominais e os chutes altos. Quem não tinha essa modalidade estava fadado ao fracasso a menos que tivesse um público certo para musculação e ou lutas.

Não demorou muito as contusões ligamentares e microtraumatismos por causa dos excessos de saltitos e giros começaram a aparecer. Para amenizar esse problema surgiu a aeróbica de baixo impacto substituindo os saltitos por passadas mais suaves. Um pé sempre deveria estar no chão em qualquer passo coreográfico ou transição. Atrás disso veio a lambaeróbica, o aerodum e o street-dance com mais liberdade de movimentos corporais e mais informal, arrebanhando as pessoas que não se sentiam à vontade com a complexidade que a ginástica aeróbica havia chegado.


Se nos anos 70 academia era um estabelecimento simples, hoje cresce o número as "mega academias" oferecendo as mais variadas atividades corporais. Uma espécie de "tem tudo" e uma ótima fonte de renda.

As atividades de maior aderência, tanto entre os homens como as mulheres continua a ser a musculação, dados evidenciados pelo prof. Fábio Sabá no livro de sua autoria "Aderência à prática do exercício físico em academias". A bicicleta ergométrica, a esteira, a ginástica localizada e o alongamento são as outras atividades bem cotadas. A freqüência semanal de maior percentual é de três vezes p/ semana e o tempo entre 60 e 90 minutos.

Uma das indústrias que mais crescem são as de fabricantes de equipamentos de ginástica. Segundo estimativas havia em 1980, 2500 academias no Rio e São Paulo. Quatro anos depois esse número chegava a 11 mil nos dois estados.

Com a regulamentação da profissão e a fiscalização funcionando, espera-se que esses números continuem a crescer mas com qualidade dos profissionais atuantes.