Até o início dos anos 70, academia era freqüentada por
homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu
nos anos 70 até para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo
e ao mesmo tempo atrair as mulheres para essa atividade. Hoje a mesma
musculação começa a receber outro nome: exercícios resistidos. Academia era
sinônimo de homem forte.
A febre do bem estar físico invadindo as academias iniciou-se nos anos 80 tendo
como marco a atriz Jane Fonda ao lançar o seu primeiro vídeo da série
"Workout". Nascia assim o embrião da ginástica aeróbica com
movimentos ainda suaves originados na dança. Em 1971 a professora Jack Sorensen
muda os conceitos da ginástica ao criar definitivamente a dança aeróbica cujo
conteúdo era montado com exercícios simples ao som de músicas enfatizando a
continuidade. Até então, a ginástica localizada, uma variação da calistenia
praticamente era a atividade física mais praticada nas academias depois da
musculação.
Ao ar livre crescia a febre das corridas incentivadas por Cooper e seus métodos
revolucionários de avaliação de condicionamento físico. Posteriormente trazidas
para dentro das academias com o desenvolvimento de esteiras elétricas com
inúmeros recursos que simulam até treinamentos intervalados.
A ginástica aeróbica foi a responsável pela invasão das mulheres nas academias.
Em 1985 o livro "A dança aeróbica" da professora americana Barbie
Allen prometia perda de 500 calorias por hora, uma nova fonte de ganhar
dinheiro "pegando" no ponto fraco de quem queria perder peso.
A professora Lígia Azevedo no Rio de Janeiro não perdeu tempo implantando na sua
academia a nova modalidade acrescentando ao método Jane Fonda, saltitos. A
ginástica virou mania nacional havendo inclusive competição com regras
definidas que incluíam exercícios obrigatórios nas apresentações como por
exemplo as flexões de braços, os abdominais e os chutes altos. Quem não tinha
essa modalidade estava fadado ao fracasso a menos que tivesse um público certo
para musculação e ou lutas.
Não demorou muito as contusões ligamentares e microtraumatismos por causa dos
excessos de saltitos e giros começaram a aparecer. Para amenizar esse problema
surgiu a aeróbica de baixo impacto substituindo os saltitos por passadas mais
suaves. Um pé sempre deveria estar no chão em qualquer passo coreográfico ou
transição. Atrás disso veio a lambaeróbica, o aerodum e o street-dance com mais
liberdade de movimentos corporais e mais informal, arrebanhando as pessoas que
não se sentiam à vontade com a complexidade que a ginástica aeróbica havia
chegado.
Se nos anos 70 academia era um estabelecimento simples, hoje cresce o número as
"mega academias" oferecendo as mais variadas atividades corporais.
Uma espécie de "tem tudo" e uma ótima fonte de renda.
As atividades de maior aderência, tanto entre os homens como as mulheres
continua a ser a musculação, dados evidenciados pelo prof. Fábio Sabá no livro
de sua autoria "Aderência à prática do exercício físico em
academias". A bicicleta ergométrica, a esteira, a ginástica localizada e o
alongamento são as outras atividades bem cotadas. A freqüência semanal de maior
percentual é de três vezes p/ semana e o tempo entre 60 e 90 minutos.
Uma das indústrias que mais crescem são as de fabricantes de equipamentos de
ginástica. Segundo estimativas havia em 1980, 2500 academias no Rio e São
Paulo. Quatro anos depois esse número chegava a 11 mil nos dois estados.
Com a regulamentação da profissão e a fiscalização funcionando, espera-se que
esses números continuem a crescer mas com qualidade dos profissionais atuantes.